O volume de exportações de petróleo previsto para Novembro, de 1,2 milhões de barris diários, é o mais baixo desde pelo menos os últimos onze anos, quando a agência de informação financeira Bloomberg começou a compilar dados. “O que não se fez em 44 anos, ninguém pode esperar que se faça em dois”, explica João Lourenço.
O Governo angolano prevê exportar 38 cargas, num total de 36,14 milhões de barris de petróleo, ou 1,2 milhões diários, escreve a agência de informação financeira, comparando com os 1,27 milhões diários previstos para este mês.
De acordo com um relatório desta semana da consultora Fitch Solutions, que prevê uma recessão económica neste e no próximo ano, o petróleo é essencial para o reequilíbrio das contas públicas.
“A receita proveniente do petróleo representa mais de 90% das exportações anuais, mas a produção tem caído de uma média de 1,81 milhões de barris por dia em 2015 para 1,51 milhões em 2018 num contexto em que os poços se aproximam da maturidade e há uma falta de novos projectos para impulsionar a produção, o que, juntamente com a queda dos preços internacionais, empurrou Angola para uma recessão em 2016”, escrevem os analistas.
Lamentavelmente na análise à economia angolana, a consultora, detida pelo mesmo grupo que é dono também da agência de rating Fitch, argumenta que “uma tendência descendente nas exportações de petróleo vai aumentar os constrangimentos na geração de receitas fiscais, mantendo a formação de capital limitada nos próximos anos”.
Bem que poderiam ponderar a sábia explicação de João Lourenço quando diz que “o que não se fez em 44 anos, ninguém pode esperar que se faça em dois”…
A consultora Fitch Solutions reviu em baixa as previsões de crescimento para Angola, antecipando uma recessão de 0,4% neste ano e de 0,2% no próximo, sendo a primeira consultora a prever crescimento negativo em 2020, mau grado o esforço do Governo do MPLA para explicar aos investidores que a sua estratégia de trocar seis por meia dúzia não é igual à de trocar meia dúzia por… seis.
“No seguimento do crescimento negativo do Produto Interno Bruto de 2016 até 2018, esperamos que as exportações de petróleo, em queda, mantenham a economia angolana em recessão no resto deste ano e em 2020”, lê-se numa nota da consultora.
Na análise à economia angolana, a consultora argumenta que “uma tendência descendente nas exportações de petróleo vai aumentar os constrangimentos na geração de receitas fiscais, mantendo a formação de capital limitada nos próximos anos”.
Além disto, acrescentam, os ventos contrários ao consumo privado vão continuar em 2020, incluindo a inflação e desemprego elevados, o que leva a Fitch Solutions a rever a previsão de crescimento económico de 0,3% este ano para 0,4%, e de 1,5% em 2020 para -0,2%.
A previsão desta consultora, divulgada na altura em que o Presidente João Lourenço assinala dois anos à frente do país, está baseada na evolução do preço do petróleo, que antecipam ser de 61,3 dólares por barril, em média, entre 2019 e 2021.
“A receita proveniente do petróleo representa mais de 90% das exportações anuais, mas a produção tem caído de uma média de 1,81 milhões de barris por dia em 2015 para 1,51 milhões em 2018 num contexto em que os poços se aproximam da maturidade e há uma falta de novos projectos para impulsionar a produção, o que, juntamente com a queda dos preços internacionais, empurrou Angola para uma recessão em 2016”, escrevem os analistas.
João Lourenço, o mais alto magistrado do país, tenta convencer-nos que é diferente, que com ele tudo será diferente, que tem as mãos limpas. Acreditamos. E porque acreditamos tomamos a liberdade de perguntar por onde andou nas últimas décadas o general João Lourenço?
Segundo os nossos dados, existem dois cidadãos com o mesmo nome: João Manuel Gonçalves Lourenço. Um sempre foi um homem do sistema, do regime. 1984 – 1987: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial do Moxico; 1987 – 1990: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial de Benguela; 1984 – 1992: Deputado na Assembleia do Povo; 1990 – 1992: Chefe da Direcção Politica Nacional das FAPLA; 1992 – 1997: Secretário da Informação do MPLA; 1993 – 1998: Presidente do Grupo Parlamentar do MPLA; 1998 – 2003: Secretário-geral do MPLA; 1998 – 2003: Presidente da Comissão Constitucional; Membro da Comissão Permanente; Presidente da Bancada Parlamentar; 2003 – 2014: 1º Vice-presidente da Assembleia Nacional.
O outro é o actual Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo e Presidente da República, que chegou a Angola há pouco mais de dois anos com a nobre, emblemática e divina missão de nos levar para o paraíso. É claro que – citando com a devida vénia João Lourenço – “o que não se fez em 44 anos, ninguém pode esperar que se faça em dois”. Talvez se consiga com mais 56 anos…
Folha 8 com Lusa
Tentemos fazer o contrário: Se a UNITA estivesse no poder, reabilitarias as cidades, as pontes e outras estruturas do país por ela destruída? Reconstruiria sa mentes dos Angolanos, psicossocialmente destruidas ao longo de quarenta e quatro anos? Ou seriamos todos queimados vivos (recorde o 7 de Setembro de 1983) ou as promessas do Dr. Savimbi feitas no seu “histórico” comício do Luiana – em 22 de Julho de 2008, quando disse (em Umbundu, o qual tenho a dolorosa missão de traduzir), e eu cito: “(…)Eu não tenho medo de ninguém. Nós vamos chegar a Luanda e destruí-los como moscas. Os que estão lá nos gabinetes sentados nas gravatas, que falam na TPA, na rádio deles e aqueles jornais de mentiras. A todos que não estão aqui. Quem não está aqui connosco não é nosso. Todos os que estão lá são deles (…)” – fim de citação!